Friday, January 19, 2007

Brilho eterno de uma mente sem lembranças

A minha memória tem me traído muito (tenho que tomar sérias providências, quem sabe um crime passional?). Aquelas piadinhas do tipo o meu computador não tem memória, tem vaga lembrança...é essa a atual condição em que me encontro.

Dois episódios recentes me deixaram muito preocupada.

Primeiro episódio - eu e família no aeroporto do Rio de Janeiro. Vôo para Miami, cancelado, estávamos indo retirar nossa bagagem para voltar pra casa, frustrados, exaustos, filho dormindo no colo. No meio desse caos, fui abordada por uma figura risonha, que me deu um abraço caloroso e falou. ” – Rê, quanto tempo, que saudades, seu filho está enorme e blá, blá, blá.” Bateu desespero. Quem é essa grande amiga que eu nem conheço? O desespero aumentou ainda mais quando ela viu Marido e o cumprimentou também calorosamente. Não caros leitores, eu não estava com ciúmes daquela figura descabelada que encontramos às 3:00hs da manhã no aeroporto Tom Jobim, o problema é que marido também se mostrou simpático e pronunciou o nome dela, e isso queria dizer que eu a conhecia mas não conseguia lembrar. Pelo menos eu tinha um nome, se bem que eu não conseguia ligar esse nome a nenhuma pessoa. Retribuí o abraço com aquele sorriso amarelo, pronunciei algumas vezes o nome dela para ser simpática e me desvencilhei da situação alegando uma enorme dor de cabeça gerada pela preocupação de termos que passar pela Linha Vermelha em plena madrugada.

Já no táxi, após termos sobrevivido a passagem pela Linha Vermelha, pergunto a Marido quem era aquela nossa grande amiga. Transcrição da resposta dele;
“- Foi nossa dentista por anos, maluca.”

Segundo episódio – ontem, reunião, eu e representante da outra parte com quem a empresa em que trabalho está fazendo um acordo (aqui denominado contratado). A reunião era no escritório da outra parte. Fui encaminha para uma sala de reuniões onde contratado e uma colega me esperavam. A colega do contratado me olha e pronuncia a fatídica frase (que já está me dando arrepios) – Rê, quanto tempo, que saudades e blá,blá,blá. Dessa vez eu não tinha marido para ajudar, não tinha um nome. Contratado, muito simpático, comentou alegremente a coincidência e fez a pergunta clássica. ”- Vocês se conhecem de onde?“ Eu, em posição de desvantagem, deveria ter ficado calada, mas isso é muito difícil para mim!! Respondi prontamente. A gente estudou junto a vida toda (de onde eu tirei isso??). A colega do contratado (que era também minha, eu só não lembrava) me corrigiu em tom de rancor. “- Nós trabalhamos juntas por alguns anos.” Ridículo.

1 comment:

Anonymous said...

Oi, eu sou a Patty, sua amiga querida. Nao nos falamos há dois dias mas acho que ainda lembra de mim!