Semana passada fez 20 anos que eu, minha mãe e mermã pequena perdemos uma das pessoas mais importantes e queridas das nossas vidas. Não quero falar de tristeza, porque a minha avó não era disso, ela era a alegria em pessoa. Eu não ia comentar nada dela aqui, pois eu sei como esse dia é sempre difícil pra minha mãe. Mas eu resolvi comentar uma de suas hilárias histórias, combinada com algo que me aconteceu hoje.
A minha avó se foi quando eu tinha 14 anos, quando ela e meu avô foram morar conosco eu devia ter uns 7 ou 8 anos. Nossos passeios – ela, minha mãe, eu e mermã pequena – não eram demorados, porque meu avô ficava em casa sozinho e como eu já falei aqui ele não andava. O shoppping Rio Sul está fazendo 25 anos, ou seja, ele foi inaugurado logo que meus avós vieram morar conosco. Nós morávamos perto do shopping, então um passeio lá era divertido e rápido. Eu, como a grande maioria das mulheres sofro de prisão de ventre. As mulheres da minha família não sofrem de prisão de ventre, pelo menos elas não reclamam disso. Quem sofre de prisão de ventre sabe que existem duas coisas que agravam muito o problema, má alimentação e troca de ambiente sanitário. Essas informações vão ser necessárias em algum momento deste post.
Voltando a minha infância e aos passeios familiares pelo shopping Rio Sul, uma ocasião saímos de casa todas lindas, minha avó e minha mãe sempre arrumadas, eu e mermã ainda bem meninas. Chegamos ao Rio Sul e minha avó e mãe começaram o ritual de olhar vitrine a vitrine. De repente minha avó sentiu uma enorme dor de barriga, daquelas que não dá pra voltar pra casa, ela teria que encarar o banheiro do shopping. Fomos com ela até a porta do banheiro. Ela entrou. Demorou, demorou. Minha mãe falou – vamos lá dentro ver se ela está bem? Banheiro lotado, fila nos reservados. – Mãe, está tudo bem aí com você? Minha avó respondeu com voz aflita. – Tudo bem. Quando nós já íamos saindo, ouvimos aquelas chuvas e trovoadas – se é que vocês me entendem – uma barulheira de dar medo, parecia tiroteio no Complexo do Alemão. Uma onda de "mal estar" tomou conta do banheiro. Minha mãe nos pegou pela mão e saímos de lá rindo muito. Minha avó ficou envergonhada e um pouco chateada com as nossas brincadeiras, mas depois nos divertimos com a história toda.
Hoje de manhã, uma semana sem casa, sem comida apropriada, sem sanitário conhecido. Intestino sem funcionar. Tive que tomar uma atitude drástica e recorrer a remédios laxativos. Comecei a sentir o efeito do remédio assim que cheguei ao escritório. Larguei tudo na minha mesa e corri pro banheiro. Entrei aparvalhada e tinha uma colega penteando o cabelo, passando batom. – Meu Deus, faça essa criatura sair do banheiro, eu preciso de privacidade. Usei todas as minhas técnicas de meditação enquanto esperava ela sair, mas ela não saiu. Tive que fazer o serviço sujo com ela no banheiro, e ele veio acompanhado de chuvas e trovoadas, afinal estava tudo represado há dias. Novo tiroteio no Complexo do Alemão. A menina saiu rapidinho, me lembrei que minha avó deveria estar rindo de mim lá de cima. Eu também ri de mim, e resolvi contar aqui pra minha mãe e mermã rirem também.
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1 comment:
Frendy vc me mata de rir...
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