Há algumas semanas atrás nós tivemos o nosso Family Day . O Family Day é um dia ou final de semana – mas aí ele muda de nome para Family Weekend – onde todos os funcionários e suas famílias se reúnem em um sítio ou afins para um dia inteiro com churrasco, caipirinhas, jogos, caipirinhas, confraternização, caipirinhas, discursos, caipirinhas e caipirinhas. É isso. Muito legal.
Como o meu chefe é uma pessoa de visão e enxergou em mim uma pessoa festeira (não sei se isso é exatamente bom ou ruim para minha carreira), e também porque ninguém mais queria essa tarefa, eu sou a organizadora oficial do Family Day. Brincadeiras à parte, é bem legal ver o pequeno príncipe entrosado com os filhos dos meus colegas. Todas as festas da minha empresa são recheadas de discursos. De repente, no meio do nada, alguém (não é qualquer alguém, é alguém com patente) decide falar umas palavras e todo mundo para tudo pra ouvir. E isso acontece uma, duas, cinco, seis vezes por festa. A quantidade de discursos é diretamente proporcional a quantidade de caipirinhas servidas.
Como eu sou a encarregada do cerimonial da festa, eu pego o microfone e fico – Gente, por favor, o nosso querido fulano quer falar umas palavras, cheguem mais perto e tal. Tarefa ingrata que eu cumpro com um sorriso no rosto e meu nariz de palhaça. Todos se reúnem para ouvir mais um discurso. Marido, que me acompanha faz tempo, tira do bolso sua expressão compenetrada e também fica ouvindo discurso após discurso. Nessa última festa, durante o discurso do meu chefe, que ainda era o primeiro, pequeno príncipe, que decididamente não veio a este mundo para aceitar convenções impunemente, olha o pula-pula vazio e declara. – Pai vamos no pula-pula, não tem ninguém lá agora. – Filho não podemos o chefe da mamãe tá fazendo um discurso. – Pai, nem eu nem você somos GERENTES dessa empresa, não temos que ouvir, vamos lá brincar. Marido olhou em volta. Parecia que ninguém estava ouvindo. – Pequeno não, depois a gente vai.
Várias pessoas ouviram. Virou motivo de graça aqui no escritório. As pessoas me param pra falar como pequeno é espirituoso e de onde ele tirou esse negócio de não ser GERENTE e não ter que ouvir o discurso. Há, há, há. É...sei lá...criança né...sabe como é.
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