Eu escrevi sobre a festa de dias das mães, mas minha capacidade técnica na informática fez com que eu apagasse tudo. Hoje, estou com vontade de escrever, então vou tentar de novo.
Essa foi minha quarta festa de dia das mães, já sou veterana no assunto. Mas não importa. Eu choro. Eu choro por tudo que diz respeito ao meu filho ou a qualquer outra criança. Com um mês de vida ele acompanhou um cachorrinho de pelúcia vermelho com os olhos. Chorei baixinho, sozinha, me imaginando num vestido bonito, muito orgulhosa, sentada na platéia da entrega do Prêmio Nobel de 2040. Eu sempre choro na escola dele. As mães dos amiguinhos, as professoras e as coordenadoras já sabem dessa minha característica. Eu choro na reunião onde as coordenadoras explicam os objetivos do ano letivo. Eu choro na reunião dos pais e professoras em que elas relatam o desempenho do pequeno durante o semestre.
O fato, o resumo dessa ópera, é que meu filho fica com vergonha do meu chororô. Ele não gosta. Fica chateado comigo. Passou a semana inteira avisando que eu não poderia chorar na escola dele. Até cantou a música da festa antes pra eu chorar em casa. E eu chorei. Cheguei à escola muito avisada. Eu já tenho experiência de ser “muito avisada”. Desde criança minha mãe me situa nas coisas. Minha vontade era começar a chorar quando os pequeninos entraram na sala de aula. Aqueles olhinhos procurando, orgulhosos do que estavam pra apresentar e orgulhosos de suas lindas mães.
A festa começou. Teve bingo com o nome das crianças. Ficamos em segundo lugar. Pintamos uma tela juntos. Pequeno príncipe pintou uma linda árvore, um céu azul, eu pintei uns pássaros (não pareciam pássaros, mas eu tentei). Chegou a hora da música. A hora mais difícil. Exigia muita concentração minha. Eles começaram a cantar. Lindos! As lágrimas brotavam nem sei de onde, contra a minha vontade. Ele correu na minha direção, enxugou meus olhos, me olhou com a mesma expressão, já tão conhecida, da minha mãe e falou. – Não chora mamãe, você prometeu! Engoli o choro. Depois engolimos uns brigadeiros, uns pães de queijo. Ele falava pros amigos, - Olha que torta bonita a minha mãe trouxe.
Chegamos em casa e cantamos a música da festa pro papai. Ele chorou. Chorou muito. Muito mais do que eu. Pobre pequeno príncipe, cercado de “maricas”.
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