Tuesday, February 27, 2007

Santo Antônio

Hoje eu fui à missa no Mosteiro de Santo Antônio. Vou tentar ir toda semana. Quem me conhece sabe que eu não sou uma pessoa religiosa, e pior que isso eu não sou uma pessoa “crente”. Eu não consigo crer em algo pelo simples fato de alguém dizer que é assim. Eu tenho muitos questionamentos, e muitas vezes as repostas não me convencem. Mas eu sigo na minha busca, na busca da minha espiritualidade.

A homilia hoje foi sobre tentações. Como eu tenho um sério problema com tentações, fiquei bastante atenta. Existem três tipos de tentações. As do prazer, as do poder e as do valer. As do prazer poderiam ser representadas pelos pecados da gula, da luxúria, da preguiça. As do poder seriam representadas pela ganância. E as do valer pelo orgulho e pela vaidade. Segui numa reflexão sobre até onde as tentações são positivas e movem o mundo para frente e onde fica a fronteira com pecado. Isso levando-se em consideração que não vivemos numa época em que nossa maior tentação seria transformar pedra em pão depois de quarenta dias no deserto. Vivemos numa sociedade consumista, vaidosa, que busca e valoriza o prazer imediato. Nossa tolerância com o “pecado” é enorme.

Gostei muito da pregação do padre. Minha mãe, que não lê meu blog, mas que me levou a igreja, falou que ele é um padre moderno, freqüenta a praia de Ipanema, e às vezes faz pregações na areia no meio de várias senhoras de biquíni. Gostei do padre. Uma coisa que ele falou que me tocou muito, foi “Se você está em cima do monte, agradeça a Deus pela sua vista. Simplesmente agradeça pelas suas bênçãos.” Eu agradeci muito.

No final da missa o padre pediu para que os fiéis renunciassem a alguma coisa ou alguma atitude durante o período da quaresma. Com isso estaríamos acompanhando (de forma representativa) Jesus durante seu calvário. Ele não quis dar muitos exemplos do que poderíamos renunciar para não nos influenciar. Deu um exemplo, falou que uma mãe que grita muito em casa, poderia tentar passar quarenta dias sem gritar com os filhos (minha mãe pegou essa opção, eu achei ótimo). Eu conheci uma moça muito religiosa que ficava sem comer chocolate durante a quaresma. Eu tenho um colega de trabalho que não bebe álcool nesse período. Renunciar ao chocolate seria muito fácil, eu não sou chocólatra. Renunciar ao álcool seria mais difícil, mas eu acho que não ficaria bem. Enquanto Jesus peregrinava no deserto para nos salvar, eu estava renunciando àquele chopinho gelado no boteco da esquina. Ainda estou pensando na minha renúncia. Gostaria de renunciar aos hábitos, atitudes (ou falta de atitudes) e pensamentos dos quais eu não me orgulho. Gostaria de renunciá-los pela vida toda, mas se conseguir por quarenta dias, já será uma pequena vitória.

1 comment:

Anonymous said...

Segura na Mão de Deus....

A beleza da fé é a de não necessitar de doutrina alguma para explicá-la. Nenhuma doutrina é superior a outra nem tampouco definitiva e imutável.

A doutrina é o instrumento, a ferramenta, a forma.....e não a essência.

A Fé, mesmo sem doutrina, liberta. A Doutrina, sem Fé, enclausura.

Vc é uma pessoa de Fé ! Isto é o que verdadeiramente importa

Halleluiah - O Quinto Elemento