Existe uma teoria interessante que relaciona o sexo e o capitalismo, ela explica um pouco o “porque” do surgimento da sociedade moralista. Na verdade ela relaciona a libido e o capitalismo. De acordo com essa teoria, a libido precisa ser controlada para não afetar os níveis de produção capitalista.
Trocando em miúdos, se não existissem esses códigos inibidores da libido, aquele jovem rapaz, com seus hormônios a flor da pele, ao sair para o trabalho todos os dias pela manhã, pararia em cada esquina para “umazinha” com a mulher ou homem, que chamasse sua atenção. Seu patrão, por sua vez, não notaria seu atraso, pois estaria envolvido num ménage com as assistentes da contabilidade, atrasando assim a entrega do balanço. Por outro lado, essa empresa não teria muitas operações a registrar, pois os funcionários da linha de produção passariam seus dias numa grande suruba no chão de fábrica, implicando numa drástica queda da produção e conseqüente fracasso nas vendas. Era necessário diminuir o impulso sexual do homem
Por isso, o capitalismo, que existe desde que o mundo é mundo, e não é bobo nem nada, tomou providências a fim de sobreviver. Foi então dado às religiões o papel de criar e zelar pelos códigos e padrões morais. Os séculos passaram, a sociedade e o próprio capitalismo se aperfeiçoaram, foram criadas as leis, os padrões de conduta/ética, os padrões de estética, a moda e vários outros códigos que temos que seguir. A pergunta que eu faço é – Será que não exageramos na dose? Será que não existem códigos, padrões e crenças demais? Será que esse exagero não é uma forma de justificarmos a nossa fobia de tudo aquilo que é diferente, desconhecido?
O problema das crenças e padrões que são passadas de geração para geração, é que muitas vezes sociedades inteiras simplesmente não conseguem conectar o raciocínio sem utilizá-las. Exemplificando, tenta falar para um rapaz mulçumano, que não é legal, ele se amarrar em um monte de dinamite e explodir uma pizzaria ou um ônibus. Tenta explicar que é mentira que existem várias virgens só esperando por ele no céu. Ele vai achar que o errado é você. E na verdade, quem tem razão? Tenta explicar para uma mulher Afegã que a burca está completamente fora de moda e não é a tradução perfeita do pretinho básico. Mais uma vez, quem está certo? Eu sou fruto dos padrões da sociedade ocidental, vivo na zona sul do Rio de Janeiro, e o que é diferente daquilo que eu acredito e vejo como padrão, soa errado, pior, sem razão, mais feio, qualquer coisa que desmereça a própria diferença.
O fato de sermos guiados por tantos padrões faz com que não consigamos aceitar o desconhecido. E eu não estou falando propriamente de religião, estou falando da mera dificuldade de aceitarmos tudo que é diferente. Eu queria muito ser totalmente adepta ao slogan da campanha – Ser diferente é normal. Mas obviamente, como todo ser humano inserido na sociedade, não sou. Existem diferenças que me incomodam, que não entendo, que acho errado, mas a minha obrigação é tentar ser tolerante e mesmo não concordando, apoiar o seu direito de existir. E viva a diferença.
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