Sunday, June 17, 2007

Meu Brasil brasileiro

A segurança nos aeroportos ao redor do mundo está cada vez mais chata. É um tal de tira sapato, tira jaqueta, tira chave, tira celular, tira laptop, abre mochila, explica que secador de cabelo é uma arma contra cabelo armado e nada mais.

Chegamos ontem depois de quase 27 horas em aeroportos, cansadas, muito cansadas. Eu decidi sair direto, sem ir ao Free Shopping, fui uma das primeiras do vôo a passar pela alfândega. Aí pude notar que estava realmente em casa, esse país tropical, lindo por natureza, onde a paranóia não reina e as regras existem pela única razão de serem quebradas.

Eu e minhas malas, malas pequenas, passávamos pela alfândega, a policial federal falou pro seu colega

- Vou começar a mandar o pessoal pro raio x.

O colega não respondeu. A policial olhou pra mim e falou pra eu ir pro raio x. Ótimo.

- Ah fulano, o raio x está desligado, eu não tinha visto. Então minha filha não precisa passar não, pode ir embora.

Estava virando o carrinho pra ir embora, quando o outro policial falou.

- Não fulana, tudo bem, eu ligo.
- Não fulano, deixa, vai dar trabalho, libera ela.
- Eu ligo fulana.

Nesse momento eu parei para esperar pela decisão deles.

- Tá bom fulano, então passa só a mala de mão.

Tirei minha mochila das costas e coloquei na esteira. Falei pro policial que meu laptop estava dentro mas que tinha nota fiscal, caso ele quisesse verificar. Quando a minha mochila passou no raio x eu notei diversos pontos brilhando. Tinha câmera e meu secador de cabelo. O policial pra mim...

- É só o computador né minha filha?

Eu acho ótimo esse tratamento de minha filha. Concordei com ele que era só o computador. Ele agradeceu e me liberou. Peguei meu carrinho e fui me encaminhando para saída. Um outro policial federal gorducho sentado na saída começou a gritar comigo.

- Ali, ali, é pra colocar a mala ali. Não vai fugir não.

Parei novamente. O policial que tinha acabado de passar minha mochila na esteira gritou pro gorducho da saída.

- Não se mete fulano, ela já foi revistada.
- Tá legal, não falo mais nada, se alguém tentar fugir eu não aviso mais.

Fui embora, agradeci ao gorducho da saída. Como é bom estar em casa.

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