Wednesday, February 28, 2007

A hipocondríaca


Eu sou um pouco hipocondríaca. A minha família tem esse traço. É só um traço, nada que mereça ser tratado com remédios e tal. Uma pessoa um pouco hipocondríaca com medo de médico, é uma combinação meio inusitada.

A minha hipocondria funciona assim. Eu odeio assuntos de doença, mas se, por exemplo, eu escuto que um fulano que eu nunca vi na vida, sentiu alguma coisa e teve um problema sério ou morreu, eu automaticamente passo a ter os mesmos sintomas da vítima. É imediato. Mas como eu fico com medo de ir ao médico, os sintomas somem sozinhos, assim que eu esqueço o assunto. Viram? É uma hipocondria bem leve.

Eu ouvi falar de um sujeito, muito estressado, que trabalhava muito, e falava várias línguas, um dia-a-dia atribulado. De repente ele começou a confundir as coisas, não entendia o que as pessoas falavam. Não entendia em português, nem em inglês, nem em nenhuma língua, embaralhou total.
Hoje, na hora do almoço, eu vinha sozinha passeando pelo shopping em que trabalho, quando comecei a ouvir uma conversa inteligível atrás de mim. Meu Deus! Pensei com meus botões, será que eu estou com o mesmo problema do Sr. Estressado, não consigo entender essa conversa na minha própria língua. Fiquei prestando muita atenção, muita mesmo, mas não conseguia identificar uma só palavra. Me apavorei! Olhei para trás quase chorando, implorando por ajuda. Rapidamente me recompus. Eram três turistas japoneses.

Tuesday, February 27, 2007

Santo Antônio

Hoje eu fui à missa no Mosteiro de Santo Antônio. Vou tentar ir toda semana. Quem me conhece sabe que eu não sou uma pessoa religiosa, e pior que isso eu não sou uma pessoa “crente”. Eu não consigo crer em algo pelo simples fato de alguém dizer que é assim. Eu tenho muitos questionamentos, e muitas vezes as repostas não me convencem. Mas eu sigo na minha busca, na busca da minha espiritualidade.

A homilia hoje foi sobre tentações. Como eu tenho um sério problema com tentações, fiquei bastante atenta. Existem três tipos de tentações. As do prazer, as do poder e as do valer. As do prazer poderiam ser representadas pelos pecados da gula, da luxúria, da preguiça. As do poder seriam representadas pela ganância. E as do valer pelo orgulho e pela vaidade. Segui numa reflexão sobre até onde as tentações são positivas e movem o mundo para frente e onde fica a fronteira com pecado. Isso levando-se em consideração que não vivemos numa época em que nossa maior tentação seria transformar pedra em pão depois de quarenta dias no deserto. Vivemos numa sociedade consumista, vaidosa, que busca e valoriza o prazer imediato. Nossa tolerância com o “pecado” é enorme.

Gostei muito da pregação do padre. Minha mãe, que não lê meu blog, mas que me levou a igreja, falou que ele é um padre moderno, freqüenta a praia de Ipanema, e às vezes faz pregações na areia no meio de várias senhoras de biquíni. Gostei do padre. Uma coisa que ele falou que me tocou muito, foi “Se você está em cima do monte, agradeça a Deus pela sua vista. Simplesmente agradeça pelas suas bênçãos.” Eu agradeci muito.

No final da missa o padre pediu para que os fiéis renunciassem a alguma coisa ou alguma atitude durante o período da quaresma. Com isso estaríamos acompanhando (de forma representativa) Jesus durante seu calvário. Ele não quis dar muitos exemplos do que poderíamos renunciar para não nos influenciar. Deu um exemplo, falou que uma mãe que grita muito em casa, poderia tentar passar quarenta dias sem gritar com os filhos (minha mãe pegou essa opção, eu achei ótimo). Eu conheci uma moça muito religiosa que ficava sem comer chocolate durante a quaresma. Eu tenho um colega de trabalho que não bebe álcool nesse período. Renunciar ao chocolate seria muito fácil, eu não sou chocólatra. Renunciar ao álcool seria mais difícil, mas eu acho que não ficaria bem. Enquanto Jesus peregrinava no deserto para nos salvar, eu estava renunciando àquele chopinho gelado no boteco da esquina. Ainda estou pensando na minha renúncia. Gostaria de renunciar aos hábitos, atitudes (ou falta de atitudes) e pensamentos dos quais eu não me orgulho. Gostaria de renunciá-los pela vida toda, mas se conseguir por quarenta dias, já será uma pequena vitória.

E eles nem viam o Big Brother

“Não tenho esperanças no futuro de nosso país. Nossa juventude é insuportável, sem educação, terrível” (Hesíodo, 720 ANTES de Cristo)

Monday, February 26, 2007


Foto dos peixinhos nas piscinas naturais de Porto de Galinhas. Voltamos ontem, obrigada aos meus quatro leitores (fiquei sabendo que tenho mais um leitor, o que me deixou muito feliz) pelas mensagens de parabéns. O carnaval foi ótimo, espero que todos também tenham aproveitado. Aos que estão pensando que eu cortei a foto para não expor meu filho na internet, ledo engano, a foto é assim mesmo. Muito talento.

Saturday, February 17, 2007

A maior aventura da vida é evoluir, o maior barato é amar. Meu horóscopo diz que sim. Eu também.

Thursday, February 15, 2007

Feliz aniversário Renata

Não sei quando terei tempo de fazer a alegria dos meus três leitores (minha mãe não se inclui nesse grupo, pois ela não lê as minhas besteiras) e postar novamente. Estou indo para Porto de Galinhas (parabéns Renata!), ou como fala o filho de uma amiga, para Poço de Galinhas. Só quero um carnaval tranqüilo e ensolarado pramódi esquecer as férias frustradas que passei com Chevy Chase na Disney.

Fico uma semana e volto no dia do meu aniversário, que graças ao bom planejamento dos meus pais cai sempre no meio do carnaval, onde todos estão se divertindo e ninguém se lembra de mim. Por isso, caros leitores, lembrem-se 25 DE FEVEREIRO (é o domingo depois do carnaval) podem me ligar à vontade. E como vocês são somente três, se quiserem, podem me ligar mais de uma vez, podem também mandar e-mails, telegramas e sinais de fumaça. Minha mãe tá convidando todo mundo pra cantar parabéns pra mim na casa dela, quem ligar eu dou o endereço. Ela prometeu fazer o bolo. Ooooooba!!!!!! (mãe, acho melhor você começar a ler as minhas besteiras).

Não, não, eu não tô carente.


Esse post foi patrocinado pela instituição "Lar de Freud".

A procura de inspiração


Eu estava procurando assunto para escrever. Queria escrever alguma coisa bacana antes de sair para o carnaval. Amanhã começa a folia, eu vou ficar uma semana fora, e gostaria de deixar um texto para meus três leitores.

A falta de assunto está me martelando. Será que não acontece nada de interessante na minha vida, nada inspirador? Será que eu estou sofrendo algum tipo de censura interna? Será que o mundo anda tão miserável que eu fiquei deprimida? Resolvi calçar um par de sandálias, colocar uma mochila nas costas e sair por aí em busca de inspiração.

VAZIOVAZIOVAZIOVAZIOVAZIOVAZIOVAZIOVAZIOVAZIOVAZIOVAZIOVAZIOVAZIOVAZIOVAZIO
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Sendo assim, descobri que é o mundo interno que precisa estar inspirado, e o meu não está. Bom carnaval para todos. Bebam com moderação, ou não.

Wednesday, February 14, 2007



Achei um monte de coisas velhas no meu computador. Alguém se lembra disso? Eu não lembro.

Se lembra disso, bananinha?

Eu vejo flores em você. Feliz Valentine´s Day.

Tuesday, February 13, 2007

Eu sou brega mas eu te amo


Eu sou brega total. Sem vergonha de ser brega. Brega pra valer. Amo o Roberto Carlos. E eu nem consigo achar ele brega, eu acho ele romântico, muito romântico. Todos os anos eu me prometo um camarote no cruzeiro do “Custa Fortuna” só para passar três dias perto do rei. Ainda não consegui. O primeiro show dele que eu fui foi em 1987, eu tinha 14 anos, foi também a primeira vez que eu fui ao Canecão, minha mãe que me levou. Foi quando eu me apaixonei por ele. Gosto dele até cantando em espanhol. No ano passado, a letra da música Eu te amo foi um pouco modificada pela escola do pequeno príncipe, e a turminha de pequenos cantou na comemoração do dia das mães. Não preciso nem falar que me acabei de chorar. Coisa mais linda os baixinhos cantando a música do rei.

Tanto tempo longe de você /Quero ao menos lhe falar /A distância não vai impedir/Meu amor de lhe encontrar/Cartas já não adiantam mais /Quero ouvir a sua voz /Vou telefonar dizendo /Que eu estou quase morrendo /De saudade de você /Eu te amo, eu te amo, eu te amo /Eu não sei por quanto tempo eu /Tenho ainda que esperar /Quantas vezes eu até chorei /Pois não pude suportar /Para mim não adianta /Tanta coisa sem você /E então me desespero /Por favor meu bem eu quero /Sem demora lhe falar /Eu te amo, eu te amo, eu te amo Mas o dia que eu puder lhe encontrar /Eu quero contar o quanto sofri /Por todo esse tempo /Que eu quis lhe falar /Eu te amo, eu te amo, eu te amo /Cartas já não adiantam mais /Quero ouvir a sua voz /Vou telefonar dizendo /Que eu estou quase morrendo /De saudade de você /Eu te amo, eu te amo, eu te amo /Mas o dia que eu puder lhe encontrar /Eu quero contar o quanto sofri /Por todo esse tempo /Que eu quis lhe falar /Eu te amo, eu te amo, eu te amo Eu te amo, eu te amo, eu te amo

Esquentando os tamborins

A escola do pequeno príncipe está ensinando às crianças as antigas marchinhas de carnaval. Veio na agenda dele um pedido para que os pais escrevessem suas marchinhas preferidas. Eu gosto muito daquela “Bota camisinha, bota meu amor/ Hoje ta chovendo não vai fazer calor”. Achei melhor escrever outra.
Olha a cabeleira do Zezé será que ele é, será que ele é/Olha a cabeleira do Zezé será que ele é, será que ele é/Será que ele é bossa nova, será que ele é Maomé/Parece que é transviado, mas isso eu não sei se ele é/Corta o cabelo dele, corta o cabelo dele/Corta o cabelo dele, corta o cabelo dele.
Chegou a turma do funil/Todo mundo bebe mas ninguém dorme no ponto/Quá quá quá quá mas ninguém dorme no ponto/Nós é que bebemos e eles que ficam tontos [chegou].
Oh! Jardineira por que estás tão triste/Mas o que foi que te aconteceu ?/-Foi a Camélia que caio do galho/Deu dois suspiros e depois morreu../-Vem jardineira, vem meu amor/Não fique triste que este mundo "é todo teu"/Tu és muito mais bonita que a Camélia que morreu.
Vestido rosa da Leeloo R$129,00. Sandália branca da Arezzo R$79,00. Passear com uma amiga no Rio Sul em liquidação, não tem preço.

Thursday, February 8, 2007

Esqueci de falar - Adoro quando eu como todas as goiabinhas da Gi, e ela fala - Quero te sustentar a pão de ló, mas não quero te sustentar a goiabinha.

O delicioso pecado da gula


Eu, como a grande maioria das mulheres, tenho fixação pelo meu peso. Vou para a academia todos os dias, vivo fazendo dieta, de vez em quando passo uma semana tomando aquela sopinha que o INCOR indica pra quem vai fazer cirurgia cardíaca. Baixo uns quilinhos, mas depois eles teimam e voltam. Na verdade eles voltam porque eu tenho uma estória de amor com um dos mais célebres pecados capitais. É feio. Poucas pessoas admitiriam, mas eu sou uma gulosa. Sou uma gulosa incorrigível, apaixonada por todos os tipos de comida, gosto até de coisas bizarras como pizza de estrogonofe, sushi de polenguinho , jiló à milanesa, filhote de enguia, pastel de feijoada, etc. Sou gulosa desde menina. Minha mãe sempre fala que nas festas de criança eu era uma brigadeiro- killer, pegava vários de uma vez e ia comendo todos juntos, empurrando com os dedinhos para dentro da boca, um vexame.

Eu adoro ir ao restaurante da moda com amigos, ser paparicada pelo garçom, comer coisas modernas tipo perna de cordeiro com refogado de goiabada e tomar um bom vinho. Amo ir a boteco, ser ignorada pelos garçons, comer bolinho de bacalhau afogado na gordura e tomar litros de chopp, dando o ombro pra uma amiga chorar ou com aquela turma que sempre me faz beber muito mais do que eu devo. Na praia, gosto encher a cara de biscoito Globo, sorvete Itália e mate Leão junto com meu pequeno príncipe. Adoro ir ao Japonês com marido, pedir um navio maior que o Titanic (só pra nós dois) e acabar com o estoque de caipirinha de saquê do lugar. Gosto muito daquele hotel bacana de Copacabana onde eu como quiche de queijo brie com damasco e tomo champagne no Carnaval. Amo comer moqueca na casa da mamãe com uma cervejinha (ou várias) bem gelada, cercada dos meus tios e primas. Adoro ir à restaurante orgânico comer frango caipira com legumes e suco de folhas com gengibre, me sentindo a pessoa mais zen do universo, acompanhada daquela amiga que é realmente a pessoa mais zen do universo. Amo as lojas de café com seus bolinhos e doces, sempre com mamãe, irmã e tia Palinha. Eu adoro os sanduíches do Mac Donald´s, mas esses eu não como, nem na saída do cinema, nem se eu tiver com pressa (prefiro churrasquinho grego - vulgo "Jesus me chama"), não dou dinheiro pra aquele palhaço pilantra.
Agora estou numa fase em que tenho que emagrecer. Tenho que me convencer e fazer isso rápido. Usar todas as táticas de guerra que eu aprendi lendo uns quinhentos livros de auto-ajuda para gordos. Sun Tzu para gordos. Preciso perder dez quilos no próximo mês. É uma agressão, pois eu adoro comer, adoro beber, cercada de amigos, cercada de sorrisos, e algumas vezes até no meio de lágrimas. A gula não deveria ser considerada um pecado capital, no máximo um pecadinho. E assim eu passo a vida, que nem cachorro correndo atrás do rabo, me revezando entre a perna de cordeiro com goiabada e a sopa pra cardíaco.

Tuesday, February 6, 2007

Pérolas do meu pequeno príncipe


Eu fui assaltada no domingo. Escrevi sobre o ocorrido e depois resolvi apagar, não quero guardar essa lembrança. Tudo bem, perdi meu celular, vida que segue. Ontem, cheguei em casa com um celular novo e fui mostrar pro meu pequeno príncipe. Segue aí nosso diálogo. Esse papo eu quero guardar pra sempre;

Pequeno coala – Por que você comprou um celular novo? Eu gostava do outro.
Mãe coala – Porque roubaram o outro.
Pequeno coala (com raiva) – Quem fez isso? O que é roubar?
Mãe coala– O ladrão fez. Roubar é quando alguém leva alguma coisa sua sem que você queira.
Pequeno coala (ainda com raiva) – E como é que você sabe que te roubaram?
Mãe coala– Porque o ladrão tomou o celular da mão da mamãe.
Pequeno coala (com pena e colocando as duas mãozinhas no meu rosto) - Mãe, ele nem te pediu por favor?

Monday, February 5, 2007

Amanhã no Globo


Foi publicado por cientistas norte-americanos da Universidade de Massachuchets (não resisti, eu adoro esse nome) um estudo definitivo sobre o Mau Humor. Define-se como mau humor, o estado de espírito em que o animal demonstra total inabilidade para proferir sorrisos, falar sim(s), ser gentil ou argumentar de forma razoável com o restante do grupo. De acordo com esse estudo, o mau humor ataca machos e fêmeas por razões diferentes, e essa descoberta é considerada muito relevante para o avanço das relações sociais da espécie.

O mau humor nos espécimes do sexo masculino acontece, na esmagadora maioria das vezes, quando o time do coração perde uma partida de futebol. Está comprovado que ao berrar frases como “juiz ladrão vai tomar no piiii”, “vai se piiii técnico burro” ou “goleiro filho da piiii”, o macho alivia a sua carga de mau humor, tornando-se novamente apto ao convívio do grupo.

Por outro lado, como os espécimes do sexo feminino são criaturas relativamente mais complexas, o mau humor delas pode ser atribuído a uma variedade muito maior de causas. O renomado cientista J.B.Mushbayer, líder da pesquisa, analisou o comportamento da espécie por décadas e não conseguiu identificar um motivo padrão para o mau humor feminino. Contudo o estudo foi revelador, pois relacionou o estado de espírito da fêmea à quantidade de atitudes egoístas e egocêntricas tomadas pelos espécimes machos que a rodeiam. Em sua pesquisa, o famoso cientista também indica que desconfortos hormonais e posicionamento dos astros devem ser levados em consideração ao medirmos o humor delas.
Através deste tratado, fica desaconselhado que qualquer animal tente argumentar com uma fêmea má humorada, especialmente se esse mau humor estiver sendo causado pela tríade “comportamento masculino/hormônio/astros”. Acredita-se que elas podem se tornar extremamente agressivas, gerando risco de morte ao animal interlocutor ou até mesmo a extinção da espécie.

Saturday, February 3, 2007

Ser diferente é normal

Existe uma teoria interessante que relaciona o sexo e o capitalismo, ela explica um pouco o “porque” do surgimento da sociedade moralista. Na verdade ela relaciona a libido e o capitalismo. De acordo com essa teoria, a libido precisa ser controlada para não afetar os níveis de produção capitalista.

Trocando em miúdos, se não existissem esses códigos inibidores da libido, aquele jovem rapaz, com seus hormônios a flor da pele, ao sair para o trabalho todos os dias pela manhã, pararia em cada esquina para “umazinha” com a mulher ou homem, que chamasse sua atenção. Seu patrão, por sua vez, não notaria seu atraso, pois estaria envolvido num ménage com as assistentes da contabilidade, atrasando assim a entrega do balanço. Por outro lado, essa empresa não teria muitas operações a registrar, pois os funcionários da linha de produção passariam seus dias numa grande suruba no chão de fábrica, implicando numa drástica queda da produção e conseqüente fracasso nas vendas. Era necessário diminuir o impulso sexual do homem

Por isso, o capitalismo, que existe desde que o mundo é mundo, e não é bobo nem nada, tomou providências a fim de sobreviver. Foi então dado às religiões o papel de criar e zelar pelos códigos e padrões morais. Os séculos passaram, a sociedade e o próprio capitalismo se aperfeiçoaram, foram criadas as leis, os padrões de conduta/ética, os padrões de estética, a moda e vários outros códigos que temos que seguir. A pergunta que eu faço é – Será que não exageramos na dose? Será que não existem códigos, padrões e crenças demais? Será que esse exagero não é uma forma de justificarmos a nossa fobia de tudo aquilo que é diferente, desconhecido?

O problema das crenças e padrões que são passadas de geração para geração, é que muitas vezes sociedades inteiras simplesmente não conseguem conectar o raciocínio sem utilizá-las. Exemplificando, tenta falar para um rapaz mulçumano, que não é legal, ele se amarrar em um monte de dinamite e explodir uma pizzaria ou um ônibus. Tenta explicar que é mentira que existem várias virgens só esperando por ele no céu. Ele vai achar que o errado é você. E na verdade, quem tem razão? Tenta explicar para uma mulher Afegã que a burca está completamente fora de moda e não é a tradução perfeita do pretinho básico. Mais uma vez, quem está certo? Eu sou fruto dos padrões da sociedade ocidental, vivo na zona sul do Rio de Janeiro, e o que é diferente daquilo que eu acredito e vejo como padrão, soa errado, pior, sem razão, mais feio, qualquer coisa que desmereça a própria diferença.

O fato de sermos guiados por tantos padrões faz com que não consigamos aceitar o desconhecido. E eu não estou falando propriamente de religião, estou falando da mera dificuldade de aceitarmos tudo que é diferente. Eu queria muito ser totalmente adepta ao slogan da campanha – Ser diferente é normal. Mas obviamente, como todo ser humano inserido na sociedade, não sou. Existem diferenças que me incomodam, que não entendo, que acho errado, mas a minha obrigação é tentar ser tolerante e mesmo não concordando, apoiar o seu direito de existir. E viva a diferença.

Friday, February 2, 2007

Pequeno príncipe me corrigiu - Não mãe, é A Casa Assombrada dos Terrores Apavorantes!!Desculpem.

Formosa


Passei uma tarde na vadiagem com mamãe e pequeno príncipe. Ficamos assistindo o DVD do show da Maria Bethânia - Tempo Tempo Tempo Tempo. O show ela fez em 2005 e é um escândalo de lindo. E a Bethânia...como uma mulher com feições tão feias pode ser tão formosa? Segue aí Formosa do Vinicius e do Baden, que ela canta lindamente.


Formosa, não faz assim/Carinho não é ruim/Mulher que nega/Não sabe, não/Tem uma coisa de menos/No seu coração/A gente nasce, a gente cresce/A gente quer amar /Mulher que nega/ Nega o que não é para negar /A gente pega, a gente entrega /A gente quer morrer /Ninguém tem nada de bom /Sem sofrer/ Formosa mulher!
É assim:
basta eu ter muita certeza. Aí ela vai lá e se joga. As minhas certezas são suicidas.

Soneto do amor total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinicius de Moraes, Rio de Janeiro, 1951

Thursday, February 1, 2007

Me falaram que sem carburador o carro não anda. Acho que a peça que faltava no carro do tio Ártico era o silencioso.

A casa assombrada dos medos aterrorizantes


Ontem à noite meu pequeno príncipe convidou o pai dele e a mim para o teatro. O teatro era no quarto dele, os personagens eram os bonecos dele, mas o mais interessante era o nome da peça ( que ele inventou) – A Casa Assombrada dos Medos Aterrorizantes.

Ele entrou na fase dos medos. Tem medo de escuro, medo de ficar sozinho na sala. Medo das histórias para dormir que o pai dele conta. Ele agora sempre me pergunta – Mamãe tem certeza que se você sair do meu quarto não vai aparecer um monstro? Eu acho graça e falo que não. Eu acho muita graça do medinho dele.

Os amigos que estão lendo esse post sabem o quanto eu tenho medo de médico. Nos últimos tempos tenho expandido meu medo para todo mundo que se veste de branco, dentistas, enfermeiros, secretárias de consultórios. Mais um tempinho e eu vou ficar com medo de babá. Tem muita gente que acha graça disso. Eu tenho uma amiga que faz check up todos os anos (orientação da empresa em que ela trabalha), e sempre na véspera ela passa o dia rindo sozinha, pensando em como eu estaria nervosa se estivesse no lugar dela.

Essa mesma amiga tem medo de pombo. Como alguém que tem medo de pombo, pode achar graça no fato de outra pessoa ter medo de médico? Uma vez ela atravessou a Av. Presidente Vargas numa correria entre os carros, porque tinham alguns pombos (ela diria milhares) na calçada em que estava andando. Eu tenho um colega no trabalho que tem medo de elevador cheio. Não é de elevador. É de elevador cheio. Não sei se é claustrofobia, ou se ele tem medo de passarem a mão na bunda dele. Ele deixa todo mundo passar na frente dele para ir perto da porta. Se o elevador ficar mais cheio do que ele pode suportar, ele sai e espera o próximo. Como a gente trabalha em um prédio movimentado, às vezes ele espera uns quatro elevadores até subir um mais vazio. Eu acho graça disso tudo.

Minha mãe e minha irmã tem medo de avião. Minha mãe quando tem que viajar de avião fica sem falar com ninguém. Um mau humor de matar. Eu tenho uma tia que tem medo de barata. Muito medo mesmo. Ela, e o marido também. Uma vez eles viajaram Rio/ Rio das Ostras e quando chegaram lá tinha uma barata no quarto deles. Nenhum dos dois teve coragem de matá-la e não quiseram conviver com ela. Voltaram para o Rio na mesma hora. Eu acho graça do medo de avião da minha mãe e da minha irmã. Eu acho muita graça do medo de barata da minha tia.

Eu já ouvi falar de um sujeito que tinha pavor de compromisso. E não era compromisso do tipo se comprometer com alguém. Esse medo praticamente todos os homens têm. Era de compromisso tipo – Hoje eu tenho uma reunião às tantas horas e por isso estou apavorado. Se eu me lembro bem, o medo dele era de se atrasar para o compromisso. Ele teve até que parar de trabalhar, pois a cada reunião que era marcada, quando ia chegando a hora ele ia ficando apavorado, suava muito e não conseguia sair do banheiro. E acho graça do medo dele, mas não devia, ele está doente, e é uma doença que o impede de aproveitar a vida.

Eu não conheço ninguém que não tenha medo de nada. Eu conheço um monte de gente bem mais corajosa do que eu. Todo mundo acha muita graça dos medos dos outros, mas não acha a menor graças dos seus. Eu li um texto budista que dizia que nós devemos encarar os nossos medos e acolhê-los. Colocá-los no colo e niná-los como se fossem nossos filhos. Eu não entendi muito bem como fazer isso, mas vou me aprofundar, achei interessante.

Todos com seus medos, declarados ou escondidos. Fazem parte da história de cada um. Acho que se relacionam com as experiências que tivemos na infância, com a nossa força interna. Os medos são importantes, eles protegem a gente de muita coisa (disse meu analista). Mas eles viram doença quando impedem seus "portadores" de fazerem certas coisas (isso também foi meu analista que disse, e aí as vezes tem que tomar remédio). Acho que eu falei isso tudo porque amanhã eu vou ao médico. Mas e você, tem medo de que?